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sábado, 20 de novembro de 2010

Fitoterapia em Foco

A utilização de práticas terapêuticas alternativas pelos profissionais de saúde tem crescido em ritmo acelerado, em especial entre os nutricionistas desde 2002, quando o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) promoveu um seminário do Sistema CFN-CRN, em parceria com a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) e a Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica (SBNC), para debater o uso da fitoterapia e de outras terapias complementares como acupuntura, homeopatia, terapia floral, oligoterapia e iridologia. O principal resultado desses debates foi a Resolução do CFN nº. 402/06, que regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas.


De acordo com a nutricionista e consultora Andrea Burgos, a fitoterapia é uma ferramenta importante para o tratamento de diversos agravos que acometem à saúde das pessoas. “Acredito no potencial curativo dos alimentos e na fitoterapia como um fôlego para resgatarmos uma alimentação mais integral”, afirma a consultora da Nutriglobal Consultoria.

O tratamento fitoterápico pode ser usado na prevenção e cura da dislipidemia, alteração hepática, diabetes, hipertensão, enxaqueca, insônia, sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM) e doenças crônicas. “Na verdade, a maioria das desordens da saúde podem ser equilibradas com o fitoterápico”, garante Andrea.

Benefícios da fitoterapia

Para a nutricionista representante do CRN-5 no CFN, Edilene Araújo, o tratamento fitoterápico é importante porque serve como um elemento curativo e preventivo de baixo custo. “O tratamento é barato e vem atestando bons resultados”, afirma.
Outras vantagens do tratamento com fitoterápicos são a redução de efeitos colaterais e a ação mais contínua e suave. “O objetivo quando se usa o fitoterápico é reequilibrar o corpo e não apenas apagar os sintomas. Se o corpo mostra algum sinal é porque tem algum sistema em descompasso, então a reorganização do sistema é importante”, afirma Andrea Burgos.

O uso de plantas medicinais e fitoterápicos é incentivado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Este publicou uma portaria que aprova esta utilização com um caráter de atuação multidisciplinar no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, segundo Edilene Araújo, as Unidades de Saúde já solicitam as fórmulas. Entretanto, para Andrea Burgos, apenas os municípios mais conectados com a natureza têm dado o devido valor à terapia das plantas. “É o caso de Mucugê na Bahia, onde o prefeito incentiva e já comprou fitoterápicos para serem utilizados na região. Vale destacar, porém, que a mão de obra experiente nessa área ainda é escassa”, diz.

Se no âmbito do SUS a prescrição de fitoterápicos ainda é tímida, nas clínicas e hospitais provados o crescimento tem sido maior. “No meu consultório a demanda tem aumentado muito, pelo menos três entre 10 pacientes costumam fazer alguma referência ou solicitar algum fitoterápico”, conta Andrea Burgos.

Em sua prática profissional, a nutricionista tem acompanhado diversos pacientes que a procuram para resolver distúrbios como a hipercolesterolemia (colesterol alto). Com o uso de alguns nutrientes - fibra solúvel, ômega 3 e os fitoquímicos do alho - ela consegue resolver os casos desse distúrbio sem uso de medicamentos.

Além de prescrever os fitoterápicos em diferentes formas farmacêuticas para uso via oral, é possível fazer uso alimentício destes produtos, na forma de chás e temperos. “A recomendação inicial sempre deve ser as infusões e temperos, por último vem a prescrição via oral. A utilização culinária da terapia, com os adequados cuidados de temperatura e forma de preparação para potencializar certos princípios ativos, costuma gerar resultados terapêuticos positivos”, destaca Andrea.

Prescrição

Para Edilene Araújo, “a prescrição, infelizmente, não é obrigatória. Se uma pessoa se dirigir à farmácia e solicitar uma fórmula, ela acaba adquirindo. Mas, o ideal é ter acesso ao tratamento sob orientação profissional adequada”, destaca. Outra precaução é recomendar produtos de origem conhecida, com eficácia comprovada por estudos científicos. Se for um produto in natura, é preciso estar atento à procedência da planta para que o consumidor observe as condições higiênico-sanitárias da espécie vegetal prescrita e também sobre a forma correta do seu preparo e uso.

Andrea Burgos alerta que o uso indiscriminado pode trazer enorme risco à saúde, principalmente para pacientes idosos que tomam muito medicamentos, podendo gerar interações complicadas, desde sobrecarga até reduzir efeito de algum medicamento. A prescrição deve ser feita de forma cautelosa e individualizada, já que os princípios ativos são eficientes no reequilíbrio do corpo apenas quando usados de forma correta. “Existem quantidade e horário de administração adequados para cada componente”, conclui.

É importante, ainda, ficar atento aos modismos, especialmente aqueles que usam plantas no tratamento da obesidade. Como a legislação vigente deixa brechas para o uso inadequado de espécies vegetais e a pesquisa e registro dos medicamentos não acompanham essas novidades, é preciso ter uma postura crítica em relação às plantas que às vezes são apresentadas como solução para todos (ou vários) problemas de saúde. Atualmente a ANVISA aprova o registro de mais de 40 plantas.

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